25 de janeiro de 2011

Estados de alma...


Às vezes é inevitável, acordo de forma diferente, quem me conhece minimamente vê logo que não estou no meu estado normal... ou pelo menos como estão acostumados a ver-me, alegre, divertida, sempre com resposta pronta na ponta da língua...

 De fato hoje acordei assim... pensativa, melancólica, com saudades de pequenos momentos e grandes pessoas.

Sinto a falta não sei bem de quê... penso que preciso estar junto ao mar, sentir-lhe o cheiro salgado, ouvir a sua ondulação, fechar os olhos e... tentar não pensar...  no tanto que ainda me falta conquistar.

Detesto questionar todas as decisões que tomei e tomo, porém... não tenho feito outra coisa nos últimos tempos... mal me reconheço!

Por tua causa

Eu debrucei-me sobre a minha loucura,
eu amei da forma mais doce e pura,
eu cometi os meus maiores enganos,
eu fiz todos os mais belos planos.

Por tua causa

Eu senti medo da tal infelicidade,
renunciei até a desejada liberdade.
Eu abandonei meus velhos princípios,
avancei sem hesitar, por esse penhasco...

Por tua causa

Eu entreguei-me de corpo e alma,
eu quis tudo, sem nenhuma calma.
Viajei em sonhos e imagens novas
Mesmo querendo, abri mão de provas.

Por tua causa

Eu ousei dizer que só o amor bastaria,
que sem ti, a vida de nada valeria.
Acreditei ser dependente deste amor,
amarrei-me em laços que causaram dor.

Por tua causa

Lutei com todas as forças que pude ter,
aprendi muito sobre o meu próprio ser.
Agachei-me,arrastei-me, rastejei...
Mandei o orgulho pra longe e implorei!

Por tua causa

Fiz o inimaginável, e não me arrependo.
Olho para trás e com isso só aprendo...

Tu és pra sempre....

A cor da saudade

Era uma vez uma menina que tinha um pássaro encantado.
Ele era encantado por duas razões:
Não vivia em gaiolas, vivia solto,
Vinha quando queria, quando sentia saudades...
E sempre que voltava, suas penas tinham cores diferentes,
As cores dos lugares por onde tinha voado.

Certa vez voltou com penas
Imaculadamente brancas, e contou histórias de montanhas
cobertas de neve.
Outra vez, suas penas estavam vermelhas, e contou histórias de desertos incendiados pelo sol.

Era grande a felicidade quando eles estavam juntos.
Mas, sempre chegava a hora do pássaro partir...
A menina chorava e implorava:
- Por favor, não vá.
Terei saudades, vou chorar.

- Eu também terei saudades - dizia o pássaro - mas vou lhe contar um segredo! Eu só sou encantado por causa da saudade. É ela que faz com que minhas penas fiquem bonitas...
Senão você deixará de me amar.
E partiu.

A menina, sozinha, chorava.
Uma certa noite ela teve uma idéia: e se o pássaro não partir?
Seremos felizes para sempre! Para ele ficar, basta que eu o prenda numa gaiola.
E assim fez.

A menina comprou uma gaiola de prata,
A mais linda que ela encontrou.
Quando o pássaro voltou, eles se abraçaram, ele contou histórias e adormeceu.
A menina aproveitou o seu sono e o engaiolou.
Quando o pássaro acordou deu um grito
de dor.
- Ah ! O que você fez? quebrou o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das histórias.
Sem a saudade, o amor irá embora...

A menina não acreditou...
Achou que ele se acostumaria.
Mas, não foi isso o que aconteceu.
Caíram as plumas e as penas transformaram-se em um cinzento triste.
Não era mais aquele o pássaro que ela tanto amava...
Até que ela não mais agüentou e abriu a porta da gaiola.
- Pode ir, pássaro -
Volte quando você quiser...
- Obrigado - disse o pássaro - irei e voltarei quando ficar encantado de novo.
Você sabe, ficarei encantado de novo quando a saudade voltar dentro de mim
E dentro de você.

Quantas vezes aprisionamos a quem amamos, pensando que estamos fazendo o melhor?
Pense. Deixar livre é uma forma singela
de ver, ter...
Direcione o seu amor não para a prisão e sim para a conquista, sempre. 

Fenix Faustine