Beijo tem gosto de pão
De café com leite e poesia
De café com leite e poesia
Beijo tem sabor de utopia
Forjada na palma da mão
Tem leve frescor de hortelã
E um raro sei lá de ousadia
Tem leve frescor de hortelã
E um raro sei lá de ousadia
Tem também aroma forte
Feito o perfume da maçã
Cura a dor e até anestesia
Os sintomas da febre terçã
Quando ameniza noite e dia
As lascivas paixões de Iansã
Já o beijo molhado é assim
Feito um carinho acentuado
Feito um carinho acentuado
Tão viscoso quanto o cetim
É denso, louco e apimentado
É denso, louco e apimentado
E de tão ardente e encantado
Ele parece que não tem fim
Existe beijo que é roubado
E fica assim todo assanhado
De tão saliente e empolgado
Porém, tem o beijo inocente
Porém, tem o beijo inocente
Posto que de tão apaixonado
Permanece assim abobalhado
Permanece assim abobalhado
Tem beijo com gosto de cama
De sentimento correndo na veia
Deixa o perfume de quem se ama
E transforma a alma em candeia
Quando acende com sua chama
Os tenros desejos da boca alheia
Deixa o perfume de quem se ama
E transforma a alma em candeia
Quando acende com sua chama
Os tenros desejos da boca alheia
Mas acreditem...e é verdade!
Elcio Tuiribepi
Beijo tem textura de pêssego
De bruma viscosa e molhada
De bruma viscosa e molhada
E de nada adianta o desapego
Pois ele é que nem emboscada
Seduzindo com seu chamego
Mas beijo, beijo mesmo
Tem gosto de fruta no pé
Tem o frescor da mordida
Tem gosto de fruta no pé
Tem o frescor da mordida
E a candura de um cafuné
Parece uma brisa aquecida
Parece uma brisa aquecida
Assim, repleta de saudade
Mas da saudade já morrida
Agora morta e falecida
Agora morta e falecida
De tanto se beijar