Mais não foi.
Volto pra fila de espera.
Tinha tudo pra ser amor, e um amor daqueles.
Com gosto de aventura,
Com cheiro de pecado,
Com suspiros de cansaço.
Com um pouco de tudo que duas almas jovens anseiam.
Você tinha tudo pra ser o amor que eu tenho urgência.
O amor pra já, de pressa, de carência.
Amor de sede e de fome.
Aquele amor quente de longe e de perto.
Amor de descoberta constante.
De crise de consciência e tudo.
Um amor atemporal,
Daqueles que se vive apenas por um tempo mas não se esquece jamais.
Amor não feito para sempre,
Mas certamente eternizado nessas saudades românticas
que alimentam o espírito quando ficamos velhos.
Você tinha tudo pra ser o cara da vez,
Aquele que quebraria toda a empáfia da minha segurança atual.
Aquele que me faria ansiar por encontros noturnos improvisados,
que acontecem em lugares nada apropriados.
Um amor bem mal planejado, intempestivo, que quebra barreiras.
Amor na medida, de tão errado.
Neste momento, é de um amor assim que eu preciso.
Um amor ousado, uma paixão declaradamente paixão,
Que quebre um pouco das tantas barreiras que eu construí em mim.
Tinha tudo pra ser amor, prazer, calor, adrenalina
e depois despedida.
Pena.
A despedida veio antes.
Ficamos na teoria de uma possível rebeldia,
Da intenção de construir uma fuga só nossa.
De um capítulo de vida que só seria publicado depois que todos se fossem.
Nem sequer começou
Porque de tão utópica, foi vítima da realidade.
E a realidade não é romântica.
Muito menos cega, como pretendíamos.
A realidade não é perfeita como o nosso plano,
Mas é eficiente para o cumprimento de regras chatas.
Ficamos na vontade.
Lembrarei de você como um amor que, sim,
Poderia mesmo ter sido,
Que eu gostaria que tivesse acontecido,
E que seria muito bom. Deixaria marcas.
Mas que a minha atual caretice não comporta, não sustenta.
Resta-me, novamente, a resignação.
E aqui, de volta na fila de espera,
Lembrarei dessa vontade que ficou.