11 de fevereiro de 2011

A maior das vontades

 

                                             Tinha tudo pra ser amor.

Mais não foi.

Volto pra fila de espera.

Tinha tudo pra ser amor, e um amor daqueles.

Com gosto de aventura,

Com cheiro de pecado,

Com suspiros de cansaço.

Com um pouco de tudo que duas almas jovens anseiam.

Você tinha tudo pra ser o amor que eu tenho urgência.

O amor pra já, de pressa, de carência.

Amor de sede e de fome.

Aquele amor quente de longe e de perto.

Amor de descoberta constante.

De crise de consciência e tudo.

Um amor atemporal,

Daqueles que se vive apenas por um tempo mas não se esquece jamais.

Amor não feito para sempre,

Mas certamente eternizado nessas saudades românticas

que alimentam o espírito quando ficamos velhos.

Você tinha tudo pra ser o cara da vez,

Aquele que quebraria toda a empáfia da minha segurança atual.

Aquele que me faria ansiar por encontros noturnos improvisados,

que acontecem em lugares nada apropriados.

Um amor bem mal planejado, intempestivo, que quebra barreiras.

Amor na medida, de tão errado.

Neste momento, é de um amor assim que eu preciso.

Um amor ousado, uma paixão declaradamente paixão,

Que quebre um pouco das tantas barreiras que eu construí em mim.

Tinha tudo pra ser amor, prazer, calor, adrenalina

e depois despedida.

Pena.

A despedida veio antes.

Ficamos na teoria de uma possível rebeldia,

Da intenção de construir uma fuga só nossa.

De um capítulo de vida que só seria publicado depois que todos se fossem.

Nem sequer começou

Porque de tão utópica, foi vítima da realidade.

E a realidade não é romântica.

Muito menos cega, como pretendíamos.

A realidade não é perfeita como o nosso plano,

Mas é eficiente para o cumprimento de regras chatas.

Ficamos na vontade.

Lembrarei de você como um amor que, sim,

Poderia mesmo ter sido,

Que eu gostaria que tivesse acontecido,

E que seria muito bom. Deixaria marcas.

Mas que a minha atual caretice não comporta, não sustenta.

Resta-me, novamente, a resignação.

E aqui, de volta na fila de espera,

Lembrarei dessa vontade que ficou.

Ver-te


Olhar-te é o meu consolo
Preciso ver-te todos os dias!
Mesmo que não possa tocá-lo,
Apreciar-te me acaricia.

E agora, como será?
É mais do que uma parede
Isso que colocaram entre nossos olhares.
É a distância, é a sede.

Como convencer meus olhos
Dessa condição
Se desde o primeiro encontro
Eles te despertaram ao meu coração?

Vendo-te é que aprendi
A admirar-te nos detalhes,
A reconhecer-te nas minúcias
Desde os primeiros olhares.

E agora?
Que tristes serão meus dias!
Sem você, seus traços, seu sorriso,
Serei privada de minhas alegrias.

Olhar-te me fez descobrir
Que a vida nada mais é do que surpresa.
Você ressuscitou em mim o querer,
Derrubou todas as minhas certezas.

Longe de você volto à rotina seca e dura.
Morre toda a graça daqui em diante:
Não há fantasia nem sonho
Sem você ao meu alcance.
(Aliz)
Aqui ou noutro lugar, que pode ser feio ou bonito, se nós estivermos juntos, haverá um céu azul...

Aqui ou noutro lugar, que pode ser feio ou bonito, se nós estivermos juntos, haverá um céu azul...

Cuidar do jardim

   Quando digo para você cuidar
das pessoas que estão a nossa volta
não digo apenas porque é delicado ou bonito
mas pelo sucesso e crescimento
do que a gente sente um pelo outro

porque cuidar de um Jardim requer carinho
e atenção não só do jardineiro,
mas também da flor!

outro dia, em um momento de poesia
pedi às flores do teu jardim
que cuidassem bem daqueles que amamos,
porque a felicidade de quem a gente gosta
é uma flor no Jardim de Deus
e mais do que nunca a humanidade
precisa ser regada todo dia
Pedro Morodin

Rosa de Saron - Sem Você

Telegrama-Zeca Baleiro

"Um homem que trabalha com as mãos é um operário; um homem que trabalha com as mãos e o cérebro é um artesão; mas um homem que trabalha com as mãos e o cérebro e o coração é um artista."
Louis Nizer
Na encruzilhada silenciosa do destino,
quando as estrelas se multiplicaram,
duas sombras errantes se encontraram.
A primeira falou:
-Nasci de um beijo de luz, sou força, vida,
alma e esplendor....
Trago em mim toda a sede do desejo,
Toda a ânsia do Universo.
Eu sou o Amor!
O Mundo sinto enxágüe em meus pés!
Sou delírio, loucura...
E tu, quem és?
A segunda:
-Eu nasci de uma lágrima.
Sou flama do teu incêndio que devora.
Vivo dos olhos tristes de quem ama,
para os olhos nevoentos de quem chora.
Dizem que vim ao mundo para ser boa,
para dar do meu sangue a quem queira.
Sou a Saudade, a tua companheira,
que punge, que consola e que perdoa...

Na encruzilhada silenciosa do Destino,
as duas sombras comovidas se abraçaram,
e, desde então, o Amor e a Saudade
nunca mais se separaram.