9 de julho de 2011

Amar e ser Amado






Rechear os braços ao dar e receber colo é uma das sensações mais gratificantes da intimidade.

Não é fácil admitir, mas adultos também precisam - e muito - de colo.

A razão dessa procura é tão antiga quanto nosso código genético. Nesse gesto recuperamos o contacto com o que há de mais humano - afinal, antes de nascer, todos ficamos meses na posição fetal, nossa primeira referência de protecção.

"A qualidade do colo que a criança recebe, especialmente até o primeiro ano de vida, vai determinar toda sua estrutura e seu desenvolvimento. Ele molda nossa capacidade de dar e receber protecção, intimidade e conforto", afirma André Trindade, psicólogo, psicomotricista e especialista em reeducação postural.

Os diferentes tipos de colo:

Seja qual for a situação em que ocorra, arredondar os braços e rechear esse espaço com outro ser humano é dos maiores prazeres da intimidade. Colo é sopro que renova a alegria e cura da alegria sem motivo à dor funda de um luto.

Colo nutre. Que o digam as milhares de mães que, em vez de encubadoras, garantiram o desenvolvimento de seus filhos prematuros apenas colocando-os contra o peito. Dar colo para afilhados, sobrinhos é outra das artes deliciosas do aconchego. Não há stresse, pensamento negativo e ansiedade que resistam.

Esse efeito também pode ser experimentado de maneiras simbólicas. "Fechar os olhos e imaginar uma linda paisagem, meditar ou fazer algo de que gosta muito são formas de dar colo válidas pela vida toda.", acredita o psicólogo André Trindade.

Vale o conselho: quando estiver muito agitado, insatisfeito e solitário, pergunte se o que precisa não é mesmo de colo.

Um bom alongamento, afundar o corpo numa poltrona macia, entregar-se a uma boa massagem, olhar alguém nos olhos, fazer algo de bom, dizer palavras de carinho...

Isso tudo nos envia directo a nossa parte mais calorosa do cérebro. É satisfação na certa, e de graça.

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